domingo, 24 de dezembro de 2017

"Você sabe que nada vai mudar, não sabe"?


Há 8 anos, aproximadamente, eu ouvi essa pergunta depois de ter passado algumas das horas mais felizes de minha vida. Sabe quando alguém fala algo que é a pura verdade, mas na hora errada? Foi assim que depois de me sentir feliz ao extremo, senti-me um lixo ao extremo.

Quando você sabe que não está agindo certo, a realidade bate na sua porta muito mais rapidamente. Depois de 11 anos de espera, eu estava ali com quem eu achava que finalmente poderia ter um relacionamento em que eu seria feliz na maior parte do tempo. Durante tanto tempo aquilo tinha ficado só no plano das ideias, dos sentimentos que iam e viam, das promessas impossíveis de serem cumpridas por conta dos relacionamentos de ambos os lados.

Eu me magoei e, anos depois, soube que a verdade tinha vindo à tona do lado de lá e tinha magoado muito mais gente. Parte do que eu gostaria de ter na minha vida tinha sido ameaçado na vida de outras pessoas simplesmente porque eu havia ligado o foda-se uma vez na vida. Mas não tinha sido inconsequente. E já fazia tanto tempo que aquelas horas tinham ocorrido. Tinham ficado na minha memória como algo que nunca faria parte novamente da minha história. Nunca.

Levei muito tempo para me perdoar. Mas como diz Alanis, a vida é irônica e dois raios podem cair no mesmo lugar, duas vezes.

A mesma internet promoveu um novo encontro ao acaso, talvez até com uma intensidade maior. E eu liguei o foda-se novamente num espaço de tempo muito menor: semanas. O raciocínio dessa vez mudou. Eu estava solteira e não tinha assumido compromisso com ninguém, desta forma, não estava cometendo erro algum, traindo a confiança de ninguém, nem sendo desleal. Ledo engano. Sim, estava indo contra os meus valores e por essa razão também me condenava. O turbilhão de sentimentos que vieram junto com essa virada de chave ainda vão e vem. A frase marcante mudou para "eu nunca menti pra você, sempre fui sincero da minha situação. Quem sabe daqui a um tempo. Tudo muda. Já mudou muito. Pode mudar novamente".

Eu não sou passageira do meu destino. Eu tento fazer o que eu quero acontecer. Juntando essas palavras com outras tantas escritas/ditas e falta de atitude, fica claro o que vai e o que não vai acontecer. Não quero ser válvula de escape de ninguém. É muito cômodo ter uma vida real e uma experiência virtual em que você deposita suas frustrações, onde realiza o que a realidade não oferece mais, sabe-se lá por quais razões. É preciso, por amor e respeito próprio, descortinar mais esse episódio platônico. Não cabe mais esperar 11 anos para ter uma "decisão". Já sei qual é a óbvia, a mais sensata. Assim como já sei qual é o fim da história e ela não tem um final feliz pra mim. Talvez pra ninguém.

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