quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ame

Comecei o dia ouvindo essa poesia musicada do Paulinho da Viola...

Ame (Paulinho da Viola)

Ame
Seja como for
Sem medo de sofrer
Pintou desilusão
Não tenha medo não
O tempo poderá lhe dizer
Que tudo
Traz alguma dor
E o bem de revelar
Que tal felicidade
Sempre tão fugaz
A gente tem que conquistar

Por que se negar?
Com tanto querer?
Por que não se dar
Por quê?
Por que recusar
A luz em você
Deixar pra depois
Chorar... pra quê?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cranberries, eu fui

Tudo que é bom nessa vida - a comida preferida, orgasmo, paixão...- dura pouco. Foi com essa sensação que eu sai do Chevrolett Hall agora há pouco, ao fim do show da banda irlandesa The Cranberries. Até os incovenientes - fumaça de cigarro, catinga de maconha, a impressão de que o som do Chevrollet é uma bosta e a ausência de alguém com quem pudesse dividir as sensações e emoções que senti - não incomodaram tanto a ponto de atrapalhar a curtição da performance de Dolores O´Riordan, Mike Hogan (baixista), Noel Hogan (guitarrista) e Fergal Patrick Lawler (baterista).

A voz ímpar da Dolores me emocionou em vários momentos: Linger, Ode to my family, When you´re gone, Animal instinct e Promisses. Fechava os olhos e achava que estava ouvindo música em casa. Voz limpa, afinação, pelo menos para mim, perfeita. Dancei e pulei muito ao som de Salvation e Zombie, que lembram uma fase muito linda da minha vida... Claro que o público foi ao delírio (como eu) em todas essas. E foram tantas outras legais e desconhecidas que putz, valeu o inve$timento, os calos no pé e até mesmo um pouco do vazio de ter desafiado os meus bloqueios e ido sozinha. Encontrei poucos conhecidos, antes e depois do show. Mas curti a aventura toda sozinha.
A Dolores tem um jeito esquisito de dançar, meio robotizado, meio moleque. Figuraça no palco. Usou um vestido vermelho lindo, com uma bota de cano alto; saiu e complementou o visual com um tipo de cocar e, após o "break" para o "bis", voltou com um longo preto totalmente desadequado pro clima do show. Mais pro fim do show soltou um obrigado em português. Achei estranha a falta de interação entre os integrantes da banda. Mas fazer o quê? Depois que eu descobri que o Mick Jagger e o Keith Richards são brigados há anos, eu não estranho mais nada. Também achei o palco e a iluminação simples demais...

Omais importante, além do prazer de ter me proporcionado a ida ao show, foi não ter quebrado a promessa que fiz a mim mesma de que não deixaria um "detalhe" como esse empatar momentos de felicidade como os que tive ao escutar a Dolores. Agradecimento especial ao meu irmão André, que me deu carona pra ir. Valeu véi!

PS 1: Sobre o Chevrollet Hall, pelo menos dessa vez colocaram um DJ para "abrir" o show. Entre os escolhidos para fazer parte do set list, Sublime (Santeria), Nirvana (Come as you are), Depeche Mode, Eric Clapton (Cocaine), Cake (I will survive)... Mas o ar condicionado da casa continua uma bomba.

PS2: Pergar táxi depois do show continua complicado. Muito taxista escolhendo passageiro. Eu dei sorte.

domingo, 17 de outubro de 2010

A culpa é terminantemente nossa


Cena de Plano B
Do meu mundinho paralelo, no qual eu me conecto diretamente com as histórias dos filmes que assisto, eu consigo tirar reflexões, lições e, muitas vezes, entender situações que eu vivencio no dia a dia. Os filmes são meus terapeutas. Ao invés de eu pagar para que alguém me escute, estou pagando (muito mais barato, diga-se de passagem) para que alguém me mostre onde está o erro, fale para mim. Mais fácil? Não sei. Mais cômodo? Talvez...

Esse fim de semana, aluguei dois filmes – Plano B e Encontros ao acaso - que ratificaram algumas das minhas conclusões sobre o comportamento das mulheres com mais de 30 anos. Bem sucedidas, donas do seu nariz, por uma questão de imposição social, comportam-se ou são cruelmente rotuladas, coisa que não acontecem com os homens. Até aí tudo óbvio.

Em Plano B, a protagonista chega a um ponto de sua vida de tamanha independência que decide fazer inseminação artificial para poder ter uma família. Sem pais, com alguns poucos amigos, não conseguiu encontrar um companheiro com a mesma sintonia e objetivo na vida. Mas o destino lhe prega uma bela peça. Depois que a inseminação dá certo, o “cara certo” aparece por acaso, sem muito esforço e lhe cerca de razões para acreditar que ele é realmente quem ela tinha parado de procurar. Apesar do pouco tempo de relacionamento, ele aceita a gravidez e assume a paternidade das duas crianças que ela vai ter. A vida dos dois muda, cessões, conquistas compartilhadas, mas o amor prevalece.

Encontros ao acaso
Em Encontros ao acaso, a protagonista é uma mulher trabalhadora, mas com um comportamento auto-destrutivo, provavelmente fruto da péssima relação com o seu pai, que traía e maltratava sua mãe. Com auto-estima baixa e a mesma tendência para o alcoolismo e dificuldade de relacionamento, não consegue se aproximar de cara algum, a não ser quando está bêbada. No dia seguinte, foge para não ter nenhum tipo de aproximação ou maior intimidade com a pessoa com a qual passou a noite. Certo dia, aparece um cara diferente, com postura diferente e ela repete os mesmos erros, tratando-o como mais uma "aventura". O detalhe é que essa postura não a satisfaz, não a completa. Ela culpa as outras pessoas pelos seus erros e esquece o que diz aquela máxima popular: quem planta colhe. Quando ela decide se abrir para esse relacionamento e tenta mudar sua forma de agir, finalmente percebendo a necessidade de mudar, tem uma recaída e “perde” a oportunidade de ter viver algo totalmente diferente da sua rotina. Como o passo para a mudança tinha sido dado, abrem-se outras possibilidades na vida dessa mulher.

Somos totalmente realmente responsáveis por tudo o que nos acontece. Não adianta ficar culpando os outros pelos nossos infortúnios e angústias. Temos que agir para mudar uma situação que nos desagrada - no caso sermos tratadas como "pedaços de carne" -, seja ela qual for, em que campo for, pessoal, profissional, astral... E assumir todas as consequências pelas atitudes tomadas. E também se negar a incorporar a mesma forma de tratamento do outro.

Se uma mulher hoje não tem seu valor como pessoa, profissional ou mulher no sentido stricto sensu reconhecido, das duas uma: ou ela não se respeita/não impõe respeito ou realmente gosta de ser tratada daquela forma. Ainda há uma terceira possibilidade: acostumou-se com aquilo e acha que é natural, como o que acontecia com a protagonista do segundo filme citado.

Não estou com isso dizendo que devemos deixar de lado a independência e o protagonismo que conseguimos ao longo dos anos e ceder a postura mais complacente, mas nosso comportamento com o outro, em todas as questões, vai determinar o comportamento do outro conosco. É a lei da física. Toda ação, gera uma reação. Nesses casos, nem sempre a reação é proporcional à ação.

sábado, 16 de outubro de 2010

Ser capaz

..."Sou capaz para o segredo, sou capaz para o irrecuperável, sou capaz para o silêncio, sou capaz para o medo, sou capaz para o bizarro. Minha incapacidade é para a frescura, para a fofoca, para a vaidade, para a seriedade que conferem ao que é irrelevante, e quase tudo é irrelevante, quase tudo que está à vista.

Sou capaz para o que não conheço e torno-me quase incapaz para o que conheço bem demais. Sou pouco capaz para a matemática, para a física, para a culinária, para a religião. Talvez seja capaz para a mediunidade, mas nunca tentei. Sou capaz para a loucura, mas costumo frear a tempo. E, quando preciso de solidão, sou capaz de me declarar inábil para tudo o mais, na esperança secreta de ser deixada em paz".

(Trecho da crônica "Ser capaz", de Marta Medeiros, em Montanha Russa)

Para tempo



O tempo passa ligeiro demais.
Tantas coisas ainda por fazer, para conhecer.
Tanto aprendizado, tantas sensações.
O pouco tempo que há é dedicado ao trabalho.
Por vezes a coisas fúteis, fugazes.

Sobra pouco tempo para o que importa.
Para o que acalenta, acalma, acaricia a alma.
Sua rapidez por vezes paralisa, amedronta e angustia.
Procura força e não acha.
Procura alento, mas não alcança.

Não tenho como fazer o tempo voltar.
Não tenho pressa.
Para, tempo, para.
Só um pouquinho, vai?!

domingo, 10 de outubro de 2010

Instrospecção

Início de mês, vida cultural da cidade relativamente boa, convites para sair e o que eu mais quero é ficar em casa, enfiada debaixo do meu lençol, assistindo TV, um DVD, pensando na vida. Tem tanta gente legal pra conversar, gente bonita pra ver, os amigos do peito pra trocar, rir e se divertir. Mas esses dias reservei pra mim. Pra me curtir. Pra dizer pro sono que sim, ele é o meu melhor companheiro, mas que me deixe de lado de vez em quando. Pra olhar pros livros que não li e para os assuntos que eu preciso estudar e pedir que por favor, inspirem-me.

Sério. Estou cansada do vazio que está se apoderando das pessoas. Trabalho, trabalho, sexo, sexo. Gente que reclama de tudo, de todos, quando o problema é a forma como vc encara a vida. Será que, assim como tantos, também estou precisando tomar remédios?

Onde estão as virtudes? Vaidade, egoísmo...Olho e vejo tantas coisas com as quais não concordo. Olho pra mim e às vezes também não concordo. Tento mudar, não consigo. Sigo, peço ajuda. Melhoro um pouco.

Na maior parte do tempo estou fazendo o melhor que eu posso. Parece que não tem jeito.

Optimistic (Radiohead)


Flies are buzzing round my head
Vultures circling the dead
Picking up every last crumb
The big fish eat the little ones
The big fish eat the little ones
Not my problem, give me some

You can try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough
If you try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough

This one's optimistic
This one went to market
This one just came out of the swamp
This one dropped a payload
Fodder for the animals
Living on animal farm

If you try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough
If you try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough

I'd really like to help you, man
I'd really like to help you, man
Nervous messed up marionettes
Floating around on a prison ship

If you try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough
If you can try the best you can
If you try the best you can

Dinosaurs roaming the Earth
Dinosaurs roaming the Earth
Dinosaurs roaming the Earth