sábado, 24 de março de 2018

Insegurança é um bicho que corroi...



E quando você está vivendo o relacionamento mais feliz que você já teve na vida, o com mais perspectivas, o mais harmonioso, o mais mais, vem um sentimento incontrolável e pei!, te coloca num momento de instabilidade em poucos minutos. A tal da insegurança é um mal que pode causar até mesmo a imobilidade, o que não é o caso. Mas faz um estrago medonho inclusive com o seu racional, com o que você acredita e até pratica no dia a dia. Ela chega de mansinho e acaba com o seu deboísmo.

Mesmo sendo muito bem resolvida no que eu quero/acredito e, principalmente, com relação ao que não quero nem pra mim e nem para os outros, essa bendita bateu. E foi uma batida forte, tão forte, que eu não consegui lidar totalmente.

Segurei a onda até onde foi possível... Passei o dia inquieta, angustiada, tensa... Falei o que tava se passando para duas amigas, ouvi delas que não estava sendo insegura de fato (não, meninas, eu estava, estou mesmo! Amo vocês por terem tentado acalmar meu coração...) - o cenário também era, no mínimo, esquisito para ambas - , mas humana, apesar dos medos que eu estava sentindo não fazerem sentido algum, não terem fundamento...

Foi mal. Não deu pra segurar e disfarçar como eu queria. Eu não queria expor nada. Não queria parecer egoísta, infantil ou possessiva desde o momento que eu soube o que ia acontecer. Eu sou possessiva, fato, mas eu tenho um histórico que explica a insegurança - não justifica, embora ninguém tenha obrigação de lidar com ele/ela, mas putz... Não tinha fundamento, não tem, mas rolou um surto sim.

A insegurança ficou aparente com duas frases, além de todas as lágrimas de medo que rolaram escondido nesses dois dias: 1. Não esqueça da gente não. 2. Não fique repetindo que "essa viagem só estaria completa se você estivesse comigo".

É... Eu pedi isso. Pedi porque tava dolorido demais saber de tantas coisas... A principal é que tudo que estava por vir, toda emoção, toda experiência não seria/não estava sendo dividida comigo e sim com uma pessoa estranha pra mim, embora não fosse pra ele. Pelo contrário... Pedi porque não deu pra me sacrificar para estar lá, para ir junto. Pedi porque a constatação da minha ausência doia mais do que se ela não fosse mencionada (eu deveria estar feliz por ele dizer, mas não estava!). Pedi porque não sei se poderei fazer isso com ele algum dia. Pedi porque, mesmo que consiga, não vai ser a primeira vez para os dois. Era meu sonho também! Era um dos nossos 5 minutos! E eu queria ter dividido com ele. Pedi porque, além de tudo, também estou com ciúmes. Pronto, admiti, disse, registrei. Bateu a porra do ciúme sem fundamento. Sim, seria diferente se você estivesse sozinho ou com um amigo (não com uma amiga). Sim, repito: é sem fundamento.

Eu tinha combinado comigo mesma que não ia falar nada. Que não ia demonstrar nada... E minha estratégia era ficar mais distante, não comentar nada,  não perguntar nada, seguir racionalmente e ser uma "boa namorada", ser indiferente, naquele perfil "não tô nem ligando pro que você está fazendo mesmo que não seja comigo". No final, não deu certo. E acho que não deu certo porque não agi naturalmente. Eu tentei mascarar minha verdade. Errei.

Hoje eu tô aqui arrependida de não ter conversado a respeito e, ainda mais, por ter soltado essas duas pérolas de insegurança e de ter sido indelicada, coisa que poderia desencadear uma crise nessa história massa que tá rolando. E "por nada", "leitor/leitora".

Eu gosto tanto dele que eu desejo e estou disposta a contribuir para que seja feliz em cada realização que possa ter, comigo ou não. Eu sei que a realização desse sonho foi e tem sido cara, que é uma conquista particular. Eu não sei se tenho a noção certa do que representa, mas eu tenho de alguma forma. Por isso, peço desculpas pela minha insegurança. Eu reconheci que ela existe e aflorou esse dias. Ela não é um problema seu. É meu. Eu tenho plena consciência disso, mas não consegui segurar. e transferir pra esse momento, pra nossa relação. Desculpa!

Hoje, eu queria poder ter olhado pro lado (onde você sempre está desde que a gente se conheceu) e ver teus olhos e tua boca sorrindo com o nascer e o pôr do sol na praia mais linda que a gente tem aqui... Segurar tua mão enquanto a gente encosta as cabeças uma na outra, tirar tua foto, presenciar teu encantamento e rir de abestalhamento por tudo que estaria acontecendo.

Foto meramente ilustrativa do meu desejo...