sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Letters from Milão - Matando a saudade


Quando se tem pessoas importantes na sua vida você faz coisas que não faria por outro ser humano, não é? Pois minha ida até Milão tem um pouco desse tempero. Eu poderia ter ficado a semana toda em Londres, que era o grande sonho de minha vida ali na Europa, mas o amor e a saudade falaram mais alto. Eu fui pra Milão ver minha amiga Rita Milani, tão importante na minha adolescência. Acho que ela sabe disso, mas não tem noção do quanto.



Eu já cheguei perdendo o trem. Espero que ela tenha me perdoado porque não foi minha última confusão com horário e transporte público... Rolou uma confusão com a plataforma de embarque, mas peguei o trem seguinte e deu tudo certo. Mais uma daqueles quase momentos em que você tem que fazer mímica, mas rolou um "Io non parlo italiano" e me ofereceram o inglês para explicar onde ficava a plataforma correta. No trem, mais um anjo em forma de senhorinha para confirmar que eu estava na linha correta. Ela, assim como a senhorinha francesa, indicou que avisaria qual seria a minha estação. Transmissão de pensamento mais uma vez.

Só sei que avistei Ritinha (Tinha) já de longe e meus olhos não se envergonharam em soltar as primeiras lágrimas em território italiano. Foi um abraço longo, emocionado, com o pequeno Lorenzo entre nós. Fazendo as contas fazia praticamente 5 anos que não a via. A gente se falava sempre que possível, mas vê-la linda, feliz e mãe foi uma imensa alegria. Ela dirigiu ate Arese, cidade onde mora. Muito fofa e tranquila, mega arborizada. Adorei o clima.

Além de me hospedar super bem, Rita não deixou que eu comprasse nada para colaborar. Fez minha comida preferida na época da adolescência (lasanha) e preparou uma sobremesa típica italiana: o tiramisu. Também me mimou com presentes de Star Wars e ainda fez cuscuz com ovo. Não tinha como eu não me sentir quase em casa novamente. Sem falar em tentar ajudar, como possível, com o Lorenzo! Coisa linda de titia! Conseguimos conversar sobre tantas coisas... Faltaram tantas... A gente ainda tem uma vida toda pela frente. Espero que não passemos tanto tempo mais sem nos vermos.

Cuscuz com ovo

Lasanha bolonhesa de verdade!

O fabuloso tiramisu


Tinha também deu o tom do que eu deveria ver em Milão. Eu tinha feito um roteiro básico, assim como em Paris e Londres. Consegui cumprir dentro do horário e ainda voltar pra casa para trabalhar. Algumas circunstâncias me fizeram mudar o roteiro na Itália, que incluia um dia em Florença. Paciência. Na próxima eu passo mais dias em todos os lugares. Vou incluir Roma, Versalhes e, claro, o Vaticano. Preciso refazer os paços de Robert Langdon.

Voltando a Milão, o dia começou na Catedral de Milão ou Duomo, uma das igrejas mais lindas que já vi. Essa eu fiz questão de pagar para entrar e explorar até a cobertura. A energia era tão positiva que me encheu de emoção. Achei que era a hora de ajoelhar perante o altar e rezar. Agradecer que tudo que planejei deu certo, que estava com saúde, que em casa estava tudo bem apesar do susto com Fiona, entre tantas outras coisas pelas quais era grata. Rezei tudo que eu sabia, improvisei. Não sei quanto tempo durou isso, mas acalmou meu coração.

Duomo: que belo!

A nave da Catedral de Milão: fenomenal! Iluminada em todos os sentidos!

O teto do Duomo

O órgão da igreja

A vista da praça em frente ao Duomo

Vitrais nesse nível de detalhamento de cenas bíblicas

Reprodução da  Madonnina, estátua da Virgem Maria, que fica sobre a cúpula do Duomo


Depois do Duomo, fui procurar o Luini, local tradicional onde tinha que comer o Panzerotto, uma espécie de pastel que é bem gostoso. Foi meu almoço! :)

Fila pra comprar o famoso Panzerotto

Luini 

Almoço na frente do Duomo de Milão

Na sequência, andei alguns metros para conhecer a Galleria Vittorio Emanuele II. Linda, cheia de restaurantes e lojas chiquérrimas. Mas o que eu perdi tempo mesmo foi no Museu de Leonardo da Vinci. Já que eu não ia para Florença... Infelizmente não pude registrar nada, mas sai de lá mais fã ainda desse italiano que, além de ser pintor, engenheiro, inventor, também era engenheiro de armas...

Fachada da Galleria Vittorio Emanuele II

Área interna da galeria. Do piso ao teto é pura perfeição

Lojinhas baratinhas... Prada e....

... Versace!

De lá, andei pelas principais ruas de Milão até chegar ao Castelo Sforzesco. A estrutura é linda, mas achei as exposições fracas. Vi a Pietá, do Michelangelo. Mas a parte que tinha mais coisas do Da Vinci estava aparentemente em reforma. Eu tinha pouco tempo a perder, então não vi a exposição de instrumentos musicais. Fui direto para o Parque Sempione, que realmente era meio esquisito como Rita tinha indicado, e finalizei no Arco della Pace (Arco da Paz).



Fonte em frente ao Castelo Sforzesco

O castelo... Lindo!


Clica pra ver a panorâmica interna. O Castelo Sforzesco é enorme!

A Pietá, de Michelângelo

Parque Sempione 1

Parque Sempione 2

Arco della Pace (Arco da Paz)


Voltei andando quase tudo denovo até chegar na estação do Duomo. Tomei um sorvete de iogurte com chocolate 70% e voltei pra casa pra trabalhar.



Os outros dias foram divididos entre curtir Rita, Lorenzo e o trabalho e a preparação para o retorno para casa. A despedida da minha amiga não foi fácil. Nenhuma foi fácil até agora.

2 comentários:

  1. Mesmo na correria teus passeios em Milão foram muito fera!

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    1. Queria ter podido registrar algumas coisas da exposição do Leonardo Da Vinci... Queria ter ido a Florença... buáaaaaaa! rs Foi massa. Mesmo climinha de Paris... Nem tô acreditando ainda que posso falar essas coisas... Milão, Londres, Paris... Sempre foi algo tão, tão distante...

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