terça-feira, 1 de agosto de 2017

Letters from Cork 1 - I´m in Cork City, mother fucker!!!

Ouvindo: The Cranberries

Desculpem o palavrão, mas não consegui evitar. Quem me conhece de perto, sabe que eu tenho a boca suja e minha felicidade em estar aqui em Cork não vai se limitar a polidez que eu nunca tive, não é verdade?! :P

Palavrões à parte, eu preferi escrever um pouco (coisa que não faço há tempos) – mentira, o post é grande pra kct – pra compartilhar como foram as primeiras horas aqui na segunda maior cidade da Irlanda (sem considerar Belfast). Não sei se vou conseguir fazer isso sempre, mas tentarei nesse primeiro mês, já que estou de férias. É um forma de retribuir também o carinho inesperado de tantas pessoas que vibraram com essa minha conquista. Não dá pra contar individualmente, então, vamos lá. Segurem a onda porque lá vem verbo!

Bem, é a minha primeira viagem internacional. A experiência em pegar quatro voos para chegar aqui foi até tranquila diante do medo que eu estava. Sim, foi isso tudo: Recife-Salvador/Salvador-Madri/Madri-Londres/Londres-Cork (ufa!). Lembrei daquela música da Cidade Negra: vc não sabe o quanto eu voeiiiii... Pra chegar a té aqui...

Olha o antes o depois: quando tudo começou e no fim da jornada:

Embarcando de Salvador para Madri (esquerda) e de Londres pra Cork (direita)


Os voos foram tranquilos. Levei lanchinhos para garantir que não ficaria com fome no meio da correria. Aproveitei bem as refeições servidas nos voos e lancei mão da minha ração de emergência quando não serviram. Tentei continuar sendo saudável, juro!

Àgua mineral da Galícia. Primeira aquisição em Euro.
Deixei o troco de 20 centavos na máquina e fiquei com vergonha de voltar pra pegar


Desencontro de informações

Levei um mega susto em Madri: minhas malas não apareceram! No Recife, eu tinha recebido os tickets com todos os check-in até Londres e me disseram que eu pegaria a bagagem em Madri. Passei uma hora esperando para ser atendida no setor em que você verifica o que aconteceu/bagagens perdidas, algo assim, e um anjo (2) informou que eu só pegaria a mala em Londres. Pense naquele calafrio que entra na cabeça, depois percorre o corpo e acaba no pé, de alívio! Já tinha ensaiado um choro na fila...

Em Salvador já havia precisado revalidar os tickets. Quem avisou da necessidade foi o segurança anjo (1) da área do embarque internacional. Se não fosse ele poderia ter dado alguma merda na hora de embarcar...


No aeroporto de Madri embarcando pra Londres

Daí corri pra legar o voo pra Londres num alívio medonho... Me joguei no chão como a maioria da galera e respirei.

Chegando em Gatwick, deu tudo certo. Na passagem pela alfândega, inclusive. Mega rápido. Nunca fiquei tão feliz em ver duas malas... Uma machucada, coitada. Mas, como a dona, firme e forte no seu propósito (rs).

Foi pegar as danadas e correr para pegar o busão pra Heathow, o outro (e maior) aeroporto de Londres. Isso. No meio desses voos todos tinha um trajeto de ônibus. E não é que eu peguei um engarrafamento na rodovia? O que era pra ser feito em uma hora e meia levou pouco mais de duas. Resultado: eu ali pinando, com medo que não desse pra chegar. Eu tenho trauma de perder voo... Longa história...









Madri vista do alto e depois o avião enorme que me trouxe "pras orópa"


Ah!!! Eu esqueci de um detalhe: eu estava sem dar notícias desde Salvador! Já era domingo quase de noite aqui desse lado do oceano e nada do meu celular pegar no wi-fi dos aeroportos que passei. Foi só no ônibus (thank you so much, National Express!!) que consegui, mas o Whatsapp necas! Lembrei que uso outras redes sociais (êeee!) e fui procurar alguém um outro anjo (3) próximo e que pudesse fazer o favor de ligar pra minha mãe e dizer que eu tava viva. Pedi para outro anjo (4) avisar ao pessoal da Dreams (agência de intercâmbio) que estava tudo bem. Helder e Fabiana, obrigada!
E sim: nesses perrengues, claro, já estava praticando o inglês sobre pressão/desespero! Hahaha
De Gatwick para Londres eu consegui relaxar e quase curtir a paisagem.

Painel no trajeto do desembarque até a imigração do aeroporto de Gatwick, em Londres. A Rainha Elizabeth na época que assumiu o trono e nos dias de hoje. Sabe aqueles quadradinhos? São fotos de súditos!

 
Engarrafamento na rodovia entre os aeroportos de Gatwick e de Heathrow às 19h30 da noite... Sim! Noite!


Gente, e que aeroporto lindo é o de Heathow... Lindão! Eu não fiz muitas fotos... Realmente tava cansada. Só procurei o que comer, tentei me contectar ao wi-fi denovo e, assim, consegui dar notícias em casa. Depois foi embarcar e comemorar. Ufa! Deu tudo certo... Deu?

Querendo ser saudável, tá vendo?
Terrível essa água de coco com suco de abacaxi... 


Primeiras horas em Cork

Chegando em Cork, o cara da imigração registrou que eu só posso ficar aqui até o dia 23/9. Tem nem perigo de eu mudar de ideia ficar mais tempo, viu?! Tá escrito no passaporte! Rs 

O translado do aeroporto para o apartamento da Cork EnglishAcademy foi tranquilo. Eu consegui trocar uma ideia com o taxista que tinha o sotaque típico daqui, bem cantado. Eu fui só lançando “I´m sorry” pra lá e pra cá e deu tudo certo. Até pegamos uma blitz da Garda, a polícia deles. 

Entrando no apartamento, tinham deixado pra mim uma cartinha com as regras e a chave do apartamento.  A tonta aqui entendeu errado o que estava escrito e entrou em pânico. Sem conexão, deixei as malas e atravessei a rua entrando numa pizzaria e perguntei se tinha wi-fi. Tinha! Pedi pra usar e comprei uma pizza, Coca-Cola e consegui falar com Renata/mais um anjo (5), da Dreams, que me ajudou a resolver/esclarecer tudo junto ao pessoal da escola. Eu tinha lido apartamento 2. Era apartment 6, room 2.

A chave: o que vocês entenderam? Conseguem ver o 6 que eu não vi? ¬¬



A pizza salvadora e minha segunda Coca-Cola em meses (a primeira foi no avião).
Snif! Não sou tão forte assim!


 
Eu já falei que estou no terceiro andar? 
Olha aí a escadinha na qual comecei a me exercitar todo dia... E olha a portinha do meu ap. :)


Bem, entrei no apto e tava tudo quieto, escuro... Fiz um pouco de barulho e acordei os meus flatmates. Imagina que forma legal de chegar e de conhecer gente estranha... Alejandro foi o primeiro. Disse que ainda não estava dormindo, recebeu-me bem, foi mostrando logo onde estavam as coisas e depois foi a vez do Agostim acordar... Ele surgiu todo assustado, coitado... 

Ainda vou ter que pagar umas cervejas pra eles me perdoarem. Os dois são espanhóis... Graças a Odin ficou tudo certo. 

Enfim, depois disso, falei incontáveis "I´m sorry" e emburaquei no meu quarto. Depois de mais de 24 horas, tomei banho (post específico sobre o WC), desfiz as malas e fui dormir. Tava morta, mas demorei a pegar no sono. Não queria acordar do sonho... 


4 comentários: