segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Letters from Kerry 1 - Portmagee

Eu não sei vocês, mas quando eu coloco algo na cabeça que acho que é possível realizar, eu me esforço bastante para que aconteça. E foi assim quando eu descobri que um dos sets de filmagem de uma das trilogias que mais gosto nessa vida (Star Wars) ficava na Irlanda - especificamente os episódios VII - O despertar da força e VII - Os últimos jedi (esse estréia em dezembro). Eu tinha que visitar!

Quem assistiu aos filmes - quem não assistiu, segure o spoiler que lá vem um grande e corra pra deixar de ser atrasado! (rs) -, sabe que, no episódio VII, há um grande mistério sobre onde estaria Luke Skywalker... E no fim, isso é revelado: numa ilha no meio "do nada", ou seja, nas Skellig Michael Islands (Ilhas de Skellig Michael), "aqui na Irlanda"!

No próximo post, detalho melhor um pouco sobre as ilhas, que são consideradas patrimônio mundial pela Unesco desde 1996. Vocês verão o porquê... ;)

Nerdices à parte, pesquisando antecipadamente, descobri que realizar esse desejo não era barato e que eu precisaria abdicar de fazer outras coisas pra ir até lá mesmo já estando aqui em Cork. Tendo isso em mente, comecei a ver preço, como fazer para chegar, essas coisas de quem planeja viagem com antecedência e que eu nunca tinha feito nesse nível. Esse foi o primeiro desafio. Nas conversas com a minha psicóloga, o ponto mais importante era: ter ciência de que e do que eu sou capaz de realizar e que, sobretudo, mereço realizar! Ela ouviu essa "ladainha" por meses até que eu terminei de pagar a viagem e comecei a juntar a grana e esperar o terço de férias para dar conta dessa parte da viagem. E eu consegui, ora! Fácil não foi... Só tô aqui por conta da oportunidade dada por duas pessoas em especial (Duda e Kássia) e do apoio de muita gente...

Pra começar, em estando na Irlanda, eu teria que sair de Cork para Kerry, coisa de 3 horas de carro, se fosse direto (e eu me arriscasse a dirigir na mão inglesa)...


A realidade é que seriam dois ônibus: um de Cork para Killarney e outro de Killarney para Cahirciveen (com algumas paradinhas intermediárias em Killorglin e Glenbeigh, entre outros lugarejos fofos). Dessa cidade, eu precisaria pegar um táxi para Portmagee, pois não há transporte público até a vila. 


Eu reservei a hospedagem via Booking.com e o passeio direto a operadora Casey´s Skellig Island Tours (uma das várias) com antecedência. Acompanhei a abertura das reservas desde dezembro, quando anunciaram que as elas começariam em março e nada... Há uma restrição no número de pessoas que visitam a ilha por conta da preservação e da época que é possível atracar no local. Esperei chegar abril até que informaram que reservas só maio. Foi um dos meus presentes de aniversário! Depois disso, tudo que eu teria que fazer seria localmente. 

Semana passada fui na rodoviária e comprei as passagens. Detalhe: o rapaz do guichê de informações me induziu ao erro e acabei comprando de forma duplicada. Tirei a dúvida uns 40 minutos antes da viagem (sábado, dia 12/8) e a mocinha no mesmo guichê me devolveu o dinheiro. 

Outra coisa que precisava: arranjar um táxi de confiança. Perguntei ao meu professor como eu deveria fazer. Depois de tentar ligar ele mesmo para um número que achou no Google, ele sugeriu que eu procurasse a companhia de táxi da cidade. Eu fiz mais do que isso: entrei em contato com a página oficial de Cahirciveen e me deram o contato da central de táxi. 

Eu tive mesmo que ligar, ou seja, fiz MINHA PRIMEIRA LIGAÇÃO TELEFÔNICA EM INGLÊS! E entendi quase tudo que a atendente falou. Quase tudo! Ela compreendeu e repetiu várias vezes algumas coisas pacientemente. Tava tudo OK, bastava eu confirmar o horário do ônibus e voltar a ligar pra fechar com ela. Detalhe: eu estava na McDonalds e uma mulher que estava almoçando com a filha ficou olhando pra minha cara de abestalhada/vitoriosa. Eu virei pra ela e disse: foi minha primeira ligação telefônica em inglês! Ela: você é da onde? (Brasil!) Seu inglês está muito bom! Aquela massagem no ego que eu precisava para continuar o intercâmbio! Eu fiquei muito orgulhosa de mim mesma! rs Besta, né? Mas não é não... Cada conquista dessas vocês não têm noção do quanto vai (re) construindo minha auto-estima. ;)

Nesse ínterim, eu recebi retorno da mensagem de texto que enviei para a operadora (do passeio pra ilha) e me deram o nome de um taxista de confiança: Benny. O pessoal daqui usa muita mensagem de texto, então, o tal Benny respondeu perguntando onde apanharia/deixaria e o horário. Detalhe: sabe como ele assinou a mensagem? BEN! Ben, minha gente. Ben! Eu disse pra mim mesma: é um aviso!!! Calma, eu explico: o mestre jedi que é a "última esperança" da Aliança Rebelde e guia  "espiritual" de Luke Skywalker em "Star Wars - A última esperança" é o Obi-Wan Kenobi, o velho Ben, para os íntimos! Ele também tinha sido o mestre do Anakin Skywalker/Darth Vader ao longo dos episódios I, II e III... 


Ele assinava Ben! 


Cara, era um sinal da Força. Eu fechei com esse cara, quis nem saber... E não me arrependo! Devia ter tirado foto com ele pra registrar, mas fiquei morrendo de vergonha de pedir. Ele era a cara do Kevin Costner!

Então foi isso. Deu tudo certo na reta final do planejamento e foi só fazer a mochila e partir no sábado (12/8).

Busão pra Killarney! 

A rodoviária de Killarney fica em um mini shopping.
Foi lá que esperei o ônibus seguinte...

Demorei um pouco mais a chegar em Cahirciveen porque havia um festival bem parecido com as nossas festas populares acontecendo em em Killorglin, uma das cidades que ficam no caminho. Muita gente e engarrafamento... Avisei ao Ben via SMS e ficou tudo certo. 

Da janela do busão...


... a vista antes de chegar a Portmagee era sempre essa...

E casas assim... Maiores ou menores...



Ben me apanhou na parada do ônibus e foi massa. A segunda melhor conversa que tive em inglês na viagem toda. Por isso acho que o negócio é tentar conversar com os locais ou estrangeiros com fluência... 

O trecho foi curto pra tanto assunto. Falei que era do Brasil, Pernambuco, jornalista e que estava na Irlanda/Cork para aperfeiçoar o inglês e ele perguntou logo de cara: por que a Irlanda? Eu disse que para mim ficou mais em conta e pelos lugares lindos como aquele que poderia conhecer. Depois sapecou uma pergunta sobre o que eu acho do Maduro, do que tá rolando na Venezuela.... Eu disse pra ele que a crise política no Brasil tá tão grande que no momento fica difícil acompanhar a Venezuela (saída pela direita, pois realmente não tenho opinião formada e nem estou acompanhando), mas que a população de lá e a nossa podem ter errado na escolha de quem deveria conduzir o país. Ele aceitou a resposta.  Perguntou se eu acho que o Brasil acertou ao realizar a Olimpíada e a Copa do Mundo... Então engatamos em questões envolvendo desigualdade, desenvolvimento, corrupção, má gestão... Conversamos sobre oportunidades na Irlanda, que tem muito brasileiro imigrando... Meu entendimento tá evoluindo... Mas porra... Eu já não sabia mais de onde tirar vocabulário! rs 

Graças ao poder da Força, ele engatou a sua versão guia (o Ben, sendo Ben), indicando o que achava que eu deveria ou não fazer em Portmagee, onde era mais barato comer e tal... Deu uma volta comigo na vila e depois me deixou no Hostel, que era muito fofo, assim como as outras casas de todas as cidades pelas quais eu passei. Na volta, quando foi me deixar mega cedo na parada do ônibus,  falou da história dos monges da ilha, indicou o que eu deveria ver em Dublin e que eu deveria ir a Dingle, outro local ali perto e que faz parte do Wild Atlantic Way, uma rota por 9 localidades que explora as belezas e peculiaridades do litoral da Irlanda.

 A vista de longe das Skellig Islands

Casinhas em Portmagee perto do hostel


O Skellig Ring House Hostel, muito fofo (e caro pra kct!)


Nesse primeiro dia, eu deixei as coisas no hostel e fui andando pra a "orla", onde fica a marina da vila. Coisa charmosa. Aproveitei o tempo bom e fui curtir um pouco do verão local. Andei um pouco, vi os pássaros, identifiquei o único local para comprar comida da cidade e onde ficava os principais pubs locais. Quase me mudei para um deles porque era o mais em conta versus tinha lugar para ocupar. 
A marina

A marina...


E trecho do porto onde ficam os barcos de pesca... Eles estavam mais à esquerda... Claro que, mesmo de longe, me desviando dos pássaros, eu levei uma cagada pra dar sorte!


O Bridge Bar, minha segunda casa em Portmagee.
A galera pega comida e bebida lá dentro e fica do lado de fora, curtindo a paisagem

Mas eu fui lá pra dentro e comi meu segundo prato de fish and chips


Não consegui sentar naquele balcão ali atrás,
mas foi dali que o Mark Hamill (Luke) serviu cerveja pra galera no Bridge Bar

Não tô brincando não. É fato! E esse barman gatão da esquerda (tava paquerando ele) foi o que me serviu duas vezes no domingo! Só que no outro lado do Bridge... 

Uma das paredes do bar exibe direto um vídeo sobre Star Wars e eles começam a ganhar uma grana com isso vendendo camisas e tal. Não comprei porque a mais barata era 20 euros...


"A força esta com o turismo em Kerry graças ao efeito Star Wars":
 c
oincidentemente no jornal do dia 12/8 que eu li bebendo Guiness no bar... 

Avenida principal de Portmagee - lado direito (de costas para a orla)

Avenida principal de Portmagee - lado esquerdo (de costas para a orla)



Eu comecei minha jornada no Bridge e terminei lá tomando sopa, com pão (o marrom) e manteiga irlandeses. Depois Guiness (o pequeno), claro. 

Eu fiz check in três vezes e virei prefeita do The Bridge! hahahaha


Com essa foto eu me despedi de Portmagee. O resto dessa história eu conto no outro post. ;)

3 comentários:

  1. Mulher, que bando de lugar com nome difícil de pronunciar, esse irlandeses capricham hein? Quando tu voltar, vai ter que me dizer como é que se fala "Cahirciveen". Fora isso kkk tudo massa, a força está realmente forte contigo por aí.

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    1. Su, eu ainda não sei pronunciar direito. É muito difícil! Quase tudo é gaélico! rs

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