sábado, 2 de janeiro de 2010

Teime...


Num feriadão no Recife, um dos programas mais legais e comuns a se fazer é ir ao cinema com os amigos e/ou a família. Apesar do valor (paga-se de R$ 14  a R$ 16 por uma entrada inteira - sem promoção, claro -, o que daria, na locadora perto da minha casa, para alugar, no mínimo, dois lançamentos em DVD e um catálogo), vale a pena para assistir a filmes como "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto.

Engraçado que, até então, eu só tinha lido críticas negativas a respeito. "Foi financiado por empreiteiras e empresas interessadas nas obras do PAC", "é ano eleitoreiro, Dilma vai ganhar com isso", entre outras, moveram minha curiosidade, que já havia sido aguçada pelo trailer emocionante que tinha assistido ano passado. Se falam isso agora, fico pensando o que seria comentado caso fosse feito com recursos das leis de incentivo à produção audiovisual. Quem precisa de filme para alavancar candidatura, com a popularidade histórica que Lula alcançou e mantém após tanta coisa negativa que aconteceu ao longo dos seus sete anos de mandato?

Enfim, conta-se a trajetória da vinda da família do nosso Presidente, desde a saída de Caetés, no interior de Pernambuco, a sua ascensão no sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista, levado pelo irmão Ziza, e, por fim, rapidamente, a chegada à Presidência da República. O foco principal é o papel mais do que fundamental de sua mãe, dona Lindu (sim, a que dá nome ao "parque", em Boa Viagem), mulher forte, lutadora, carinhosa, memorável que, mesmo passando por tantas agruras, é retratada no filme como uma pessoa sábia (talvez comum se comparada a outras mulhres fortes do cinema nacional), que fazia o possível para realizar o melhor por seus filhos. Ao dizer a Lula, no leito de morte, que ele sabia o que era preciso fazer para chegar onde ele queria, usa a expressão "Teime...". E pra chegar onde ele está, podemos concluir que ele seguiu o seu conselho. Para ter certeza disso, basta lembrar o número de vezes que ele disputou as eleições para Presidência da República.

A história "do homi" é realmente fantástica. E não posso me isentar de dizer que saber um pouco mais sobre sua trajetória só me faz admirá-lo ainda mais...

"Lula, o filho do Brasil", deve estar sendo exibido em centenas de salas país afora. O elenco principal está de parabéns, principalmente o ator Rui Ricardo Dias. Parece-me que ele tentou - e conseguiu- não fazer uma caricatura do nosso (em alguns momentos) folclórico presidente. Os trejeitos, um pouco da fala, da forma de gesticular e até mesmo de fazer analogias com o futebol. A produção também está excelente. A caracerização dos ambientes e dos personagens, principalmente para mim, que não entendo nada de cinema, foi muito bem feita. E que as críticas às questões técnicas sejam rebatidas com o resultado das bilheterias.

Podem falar o que for do Lula, das intenções do filme, mas é inegável que ele retrata a história de milhares de brasileiros e dá ainda mais esperança para quem se acomoda com as dificuldades da vida. É outro que recomendo.

Serviço:
Site oficial do filme: http://www.lulaofilhodobrasil.com.br/

Outras opiniões sobre o filme:

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