domingo, 17 de outubro de 2010

A culpa é terminantemente nossa


Cena de Plano B
Do meu mundinho paralelo, no qual eu me conecto diretamente com as histórias dos filmes que assisto, eu consigo tirar reflexões, lições e, muitas vezes, entender situações que eu vivencio no dia a dia. Os filmes são meus terapeutas. Ao invés de eu pagar para que alguém me escute, estou pagando (muito mais barato, diga-se de passagem) para que alguém me mostre onde está o erro, fale para mim. Mais fácil? Não sei. Mais cômodo? Talvez...

Esse fim de semana, aluguei dois filmes – Plano B e Encontros ao acaso - que ratificaram algumas das minhas conclusões sobre o comportamento das mulheres com mais de 30 anos. Bem sucedidas, donas do seu nariz, por uma questão de imposição social, comportam-se ou são cruelmente rotuladas, coisa que não acontecem com os homens. Até aí tudo óbvio.

Em Plano B, a protagonista chega a um ponto de sua vida de tamanha independência que decide fazer inseminação artificial para poder ter uma família. Sem pais, com alguns poucos amigos, não conseguiu encontrar um companheiro com a mesma sintonia e objetivo na vida. Mas o destino lhe prega uma bela peça. Depois que a inseminação dá certo, o “cara certo” aparece por acaso, sem muito esforço e lhe cerca de razões para acreditar que ele é realmente quem ela tinha parado de procurar. Apesar do pouco tempo de relacionamento, ele aceita a gravidez e assume a paternidade das duas crianças que ela vai ter. A vida dos dois muda, cessões, conquistas compartilhadas, mas o amor prevalece.

Encontros ao acaso
Em Encontros ao acaso, a protagonista é uma mulher trabalhadora, mas com um comportamento auto-destrutivo, provavelmente fruto da péssima relação com o seu pai, que traía e maltratava sua mãe. Com auto-estima baixa e a mesma tendência para o alcoolismo e dificuldade de relacionamento, não consegue se aproximar de cara algum, a não ser quando está bêbada. No dia seguinte, foge para não ter nenhum tipo de aproximação ou maior intimidade com a pessoa com a qual passou a noite. Certo dia, aparece um cara diferente, com postura diferente e ela repete os mesmos erros, tratando-o como mais uma "aventura". O detalhe é que essa postura não a satisfaz, não a completa. Ela culpa as outras pessoas pelos seus erros e esquece o que diz aquela máxima popular: quem planta colhe. Quando ela decide se abrir para esse relacionamento e tenta mudar sua forma de agir, finalmente percebendo a necessidade de mudar, tem uma recaída e “perde” a oportunidade de ter viver algo totalmente diferente da sua rotina. Como o passo para a mudança tinha sido dado, abrem-se outras possibilidades na vida dessa mulher.

Somos totalmente realmente responsáveis por tudo o que nos acontece. Não adianta ficar culpando os outros pelos nossos infortúnios e angústias. Temos que agir para mudar uma situação que nos desagrada - no caso sermos tratadas como "pedaços de carne" -, seja ela qual for, em que campo for, pessoal, profissional, astral... E assumir todas as consequências pelas atitudes tomadas. E também se negar a incorporar a mesma forma de tratamento do outro.

Se uma mulher hoje não tem seu valor como pessoa, profissional ou mulher no sentido stricto sensu reconhecido, das duas uma: ou ela não se respeita/não impõe respeito ou realmente gosta de ser tratada daquela forma. Ainda há uma terceira possibilidade: acostumou-se com aquilo e acha que é natural, como o que acontecia com a protagonista do segundo filme citado.

Não estou com isso dizendo que devemos deixar de lado a independência e o protagonismo que conseguimos ao longo dos anos e ceder a postura mais complacente, mas nosso comportamento com o outro, em todas as questões, vai determinar o comportamento do outro conosco. É a lei da física. Toda ação, gera uma reação. Nesses casos, nem sempre a reação é proporcional à ação.

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