quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Primeiras sentimentalidades




"...tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido. Sentia um acréscimo de estima por si mesma e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações"...
Eça de Queiroz/O Primo Basílio

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