domingo, 30 de maio de 2010

Todas querem ser uma sra. Darcy


Ao longo do tempo, as mulheres, a custo de muita luta e sofrimento, galgaram seu merecido lugar na sociedade. Essa conclusão é um clichê, mas é fato que conquistamos o direito a cidadania, escolhendo quem seriam nossos governantes, alcançamos liberdade sexual e de escolha pelo momento de ser mãe com o advento da pílula anticoncepcional. Passamos a exercer cargos e funções com a mesma disposição e competência (até maior) do que a do sexo oposto. Deixamos de ser a do lar para querer ter um lar. Mas, no auge do ritmo frenético desta primeira década do século XXI e com a tendência de desenvolvermos relações superficiais e baseadas em atração sexual, o que todas as mulheres solteiras (e até as casadas) que conheço com a minha faixa etária querem é ser uma sra. Darcy.

Ser uma senhora Darcy é, nada mais, nada menos, do que ser a mulher, a musa inspiradora de um homem apaixonado que sucumbe ao próprio orgulho e preconceito para se tornar merecedor do seu amor. Esse “conceito” é inspirado na relação dos personagens Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, o sr. Darcy, do filme “Orgulho e Preconceito”, adaptação da obra homônima da escritora inglesa Jane Austen ao qual acabei de assistir.

Muitos filmes nos inspiram reflexões sobre as relações que vivenciamos no nosso dia a dia. O Diabo Veste Prada, outra película baseada num bestseller, este da autora americana Lauren Weisberger, já tinha me alertado para outra questão óbvia nos dias atuais: mulheres que conseguem alcançar o sucesso no campo profissional precisariam fazer uma escolha entre mantê-lo/vivenciá-lo ou ter um trabalho “comum” e uma vida “comum”, dedicada à família e ao homem que ama. Esse é pano de fundo da personagem Miranda Priestley, interpretada pela fantástica Meryl Streep, na adaptação do livro para o cinema.

O dilema que hoje perpassa pela mente e pelo coração de todas as balzaquianas que conheço é como concretizar o desejo de ser os dois lados da moeda: 1) a “cara” sra. Darcy, amada, amável, amante e mãe dedicada; e 2) a “coroa”, mulher inteligente, independente, decidida e que corre atrás da sua realização pessoal também por meio do sucesso profissional.

Sinceramente ainda não sei em que momento da vida esse “equilíbrio” isso é possível. Claro que o sr. Darcy da história de Austen é a soma de todas as qualidades que uma mulher pode esperar de um homem, mas quem já viveu dez minutos sendo uma sra. Darcy, tem esperança de que em algum momento poderá vivê-la plenamente, desde que encontre alguém que se disponha a ser o seu mr. Darcy.

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